quinta-feira, 26 de setembro de 2013

OS MUITOS SIGNIFICADOS DO TRIBUTO A DOMINGUINHOS



O novo sepultamento de Dominguinhos, nesta quinta-feira, no cemitério de São Miguel, tem um significado e um simbolismo muito forte. Para Garanhuns e todo o Agreste Meridional.
Tem gente por aí que pensa que é pura babação dos blogueiros, dos radialistas e dos políticos.
Não é.
José Domingos de Moraes foi um ótimo compositor, um bom cantor e um sanfoneiro de excepcionais qualidades.
Durante a sua longa e vitoriosa carreira, fez parcerias – cantando, compondo ou tocando – com todos os grandes artistas do Brasil. Luiz Gonzaga, Elba Ramalho, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Zé Ramalho, Alceu Valença, Gal Costa, Maciel Melo, Flávio José, Milton Nascimento e muitos outros nomes sagrados da MPB estiveram em algum momento com Dominguinhos.
Até Roberto Carlos, o eterno romântico, quando resolveu compor um forró, intitulado “Baile na Fazenda”, chamou quem para acompanhá-lo na sanfona? Dominguinhos, o Mestre.
Seu talento extrapolou as fronteiras nacionais. Domingos Moraes também é reconhecido internacionalmente.
Assim, não é nenhum exagero a dimensão que está se dando ao translado dos restos mortais do músico para Garanhuns.
Qualquer cidade do mundo reverencia e homenageia os grandes artistas.
Um leitor, sem a coragem de se identificar nos acusa de ser provincianos e ridículos. Ora, quando Francisco Carlos, o rei da voz, morreu num acidente de carro, mais de 50 anos atrás. Foi uma comoção nacional. Luiz Gonzaga, quando partiu no final dos anos 80, foi louvado com reportagens em todos os veículos de comunicação importantes do país.
E a morte de Jessé, Gonzaguinha, Paulo Sérgio, Elis Regina, Raul Seixas, Cazuza, Renato Russo, Cássia Eller? Artistas diferentes, mas cada um deles deixou saudades e a mídia expressou o sentimento do povo, que chorou a perda dos seus ídolos.
E nos Estados Unidos e no mundo todo o que dizer sobre o bombardeio de informações e homenagens a Michal Jackson e Amy Winehouse? São provincianos e ridículos todos os brasileiros e americanos?

Ridículo é não ter sensibilidade nem diante da morte, essa certeza indesejada.
Garanhuns deve sim homenagear seu grande artista, ficar feliz com seu repouso eterno entre as sete colinas.
Agora há pouco em entrevista a Geraldo Freire, que está acompanhando tudo sobre o dia de hoje em Garanhuns, Mauro Moraes, filho de Dominguinhos, agradecia ao radialista e ao prefeito Izaías Régis por terem lutado e viabilizado este momento. Estava emocionado. E qual filho não ficaria?
Dominguinhos foi  recebido as 13h com fogos de artifício, uma orquestra de sanfoneiros de crianças e adolescentes vai tocar “Sanfona Sentida” dentro do cemitério de São Miguel. Será executado o hino nacional e o bispo Dom Fernando Guimarães dará sua bênção no túmulo.
Liv Moraes, a filha do sanfoneiro, irá cantar “De Volta pra o Aconchego” o nosso Mourinha apresentará o seu tributo ao artista com a recente composição “Saudade de Dominguinhos”.
Ninguém está politizando este momento. Ninguém está fazendo a exploração do cadáver. Não. Simplesmente está se prestando uma homenagem a um homem, um artista, que nasceu em Garanhuns, começou a cantar por nossas ruas, venceu como músico e expressou em vida o desejo de quando morrer ser enterrado em sua cidade natal.
Promover este momento, expressar sentimentos pela inevitável partida de Dominguinhos, é se comportar com humanidade, é respeitar o artista e os filhos que ficaram, é dar valor à vida e saber aceitar com dignidade o fim. Que chega pra todos.
Salve Mestre Dominguinhos!





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