Manifestantes do grupo Anonymous e da Atea deverão se concentrar nas proximidades do Palácio da Guanabara
Publicado em 22/07/2013
Da Agência Estado
A recepção ao papa Francisco
no Palácio Guanabara (sede do governo fluminense, na zona sul do Rio)
será marcada por protestos convocados pelas redes sociais pelo grupo
Anonymous Rio e pela Associação Brasileira de Ateus e Agnósticos (Atea).
A manifestação do Anonymus questiona os gastos públicos com a recepção
ao pontífice e pede a saída do governador Sérgio Cabral e do vice Luiz
Fernando Pezão, ambos do PMDB. Eles recepcionarão o papa. A solenidade
está marcada para as 17h no palácio, com a presença da presidente Dilma
Rousseff e do prefeito Eduardo Paes.
Os manifestantes se concentrarão a
partir das 18h no Largo do Machado, a 1 km do Guanabara. O grupo planeja
seguir até o palácio. Na página de convocação ao evento, mais de 7 mil
pessoas confirmaram presença. De acordo com a prefeitura, toda a rua em
frente ao palácio estará fechada por medida de segurança.
Na convocação, o grupo esclarece que a
manifestação não é contra a presença do papa nem contra a Igreja
Católica. "A ideia é aproveitar a presença do papa, de seus turistas e
da mídia global. Será mais um grito contra a corrupção e por serviços
públicos mais dignos." A pauta divulgada pelo grupo questiona os gastos
públicos estimados em R$ 118 milhões para a organização da Jornada
Mundial da Juventude (JMJ)e defende o estado laico.
A Atea anunciou que promoverá às 17h
manifestação em frente ao palácio. Temerosa de uma reação da Polícia
Militar, a entidade tentou no fim de semana uma liminar judicial que
proibisse a repressão policial. No sábado, a Justiça negou a liminar. A
entidade recorreu. Manifestações do tipo serão promovidas pela entidade
em outras capitais brasileiras, como Belo Horizonte e São Paulo, além de
cidades importantes, como Ribeirão Preto (SP).
"Assim como o batismo de crianças lhes
impinge uma religião, o sequestro do Estado para fins religiosos faz o
mesmo com todos os demais cidadãos brasileiros, que se tornam católicos à
força quando o dinheiro dos seus impostos é desviado para pagar um
evento religioso. Por isso, para simbolizar o protesto contra as
violações da laicidade, escolhemos o desbatismo", informa a Atea em
comunicado distribuído na semana passada. No protesto, a entidade
promoverá o que chamou de "desbatismo coletivo", em que os manifestantes
usarão secadores de cabelo "para os ventos do secularismo varrerem as
águas do batismo". "Se você não concorda com o uso de dinheiro público
na JMJ, com símbolos religiosos em repartições públicas, o ´ Deus seja
louvado` no dinheiro, o ensino religioso em escolas públicas..
Se você acha que barrar a camisinha e a
pílula no sistema público é um absurdo, se não concorda com o veto da
Igreja Católica ao divórcio, se ainda não se conformou com o
acobertamento de pedófilos e a discriminação contra homossexuais...
Enfim, o desbatismo é para todos aqueles que desejam protestar", diz o
documento.
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